Chobe: passeio de barco e safári em Parque Nacional da África

Águia-pescadora-africana (Haliaeetus vocifer) nas margens do rio Chobe, em Botswana, África – Foto: Fábio Paschoal

Capítulo 17 da série África Selvagem: Botswana e Zâmbia

O Parque Nacional Chobe, em Kasane, Botswana, África é conhecido por ter a maior concentração de elefantes do mundo e uma grande diversidade de vida selvagem, mas também é muito lotado e alguma coisa me dizia que os guias ali não eram tão bem treinados quanto os guias que tivemos anteriormente.

[Veja a introdução e o sumário da série África Selvagem: Botswana e Zâmbia]

[Veja o capítulo 16 da série África Selvagem: Botswana e Zâmbia]

Puku (Kobus vardoni) no Parque Nacional Chobe, Botswana, África – Foto: Fábio Paschoal

Saímos para nosso primeiro safári e foi muito decepcionante. O “guia” que estava com a gente era terrível! Na verdade não era um guia, era um motorista que apontava para os bichos e, as vezes, dizia o nome deles. Sua grande especialidade era avistar animais gigantescos a uma distância muito próxima.

Mas não parava por aí. Ele se aproximava tanto antes de parar que os bichos se assustavam e saiam correndo até parar bem longe de nós. Ainda bem que estava com meu binóculo. A velocidade também era uma de suas características marcantes: as paradas para os mamíferos duravam cinco minutos, no máximo, e quando eu pedia pra ele parar pra alguma ave, a parada era mais rápida que um guepardo perseguindo uma gazela. Era impossível tirar uma boa foto!

Lagarto Monitor (Varanus niloticus) no Parque Nacional Chobe, Botswana, África – Foto: Fábio Paschoal

Um outro problema de Chobe são os inúmeros veículos que congestionam as estradas. Em algumas vezes em que estávamos parados observando algum animal, carros se aproximavam de nós e o motorista acelerava para assustar os bichos e livrar o caminho para passar. Um absurdo! Antes do final do passeio já queria voltar para o hotel.

No dia seguinte, acordei sentindo falta dos acampamentos. Eles dão um charme especial para a viagem, o atendimento é personalizado e os guias são excelentes! Completamente diferente de Chobe, com inúmeros carros lotando as estradas do Parque e guias que não recebem treinamento e prestam um serviço muito ruim. Ainda faríamos mais um safári, mas minhas expectativas eram muito baixas devido à nossa experiência passada.

Parada para o lanche no Parque Nacional Chobe, em Botswana, África – Foto: Fábio Paschoal

Infelizmente eu superestimei o passeio. Tudo bem que Chobe é famoso por ter a maior concentração de elefantes do mundo, mas não é preciso parar para cada um deles. O que me deixava mais nervoso era que nosso “guia” não parava para ave nenhuma, nem para as que estavam do lado da estrada! E sempre que eu pedia para ele esperar, a parada não demorava mais do que um falcão-peregrino em seu mergulho para pegar pombos. É preciso de muito treinamento para formar guias de qualidade e estava claro que em Chobe isso seria muito difícil de encontrar.

À tarde faríamos um passeio de barco, mas aquela atmosfera CVC já estava me irritando muito! Não via a hora de ir para Zâmbia e ver as Victoria Falls.

Nossa embarcação para o passeio de barco no rio Chobe, em Kasane, Botswana, África – Foto: Sérgio Paschoal

No entanto, o passeio de barco foi surpreendente! E de um modo muito bom! A magia estava de volta! Nosso guia, Tom, era excelente! Parava por um bom tempo para todos os bichos, inclusive para as aves, e ainda passava informações interessantes sobre cada animal.

Chegamos bem próximos de uma águia-pescadora-africana (foto de abertura do post) vimos martins-pescadores pegando peixes, passamos por crocodilos-do-nilo tomando banho de sol, chegamos do lado de hipopótamos nadando, elefantes se refrescando na beira do rio e, de quebra, ainda conseguimos ver um mamífero novo.  Avistamos uma manada de búfalos. Chobe finalmente me deixava feliz!

Crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus) no rio Chobe, , em Kasane, Botswana, África – Foto: Sérgio Paschoal

Manada de búfalos-africanos (Syncerus caffer) no Parque Nacional Chobe, Kasane, Botswana, África – Foto: Fábio Paschoal

Mas era hora de voltar para o hotel e arrumar as malas, porque no dia seguinte iríamos cruzar a fronteira rumo à Zambia e às Victoria Falls (Cataratas de Vitória).

Veja o capítulo 18 da série África Selvagem: Botswana e Zâmbia

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